Além de talento, um artista popular precisa de carisma para ser bem-sucedido.
Essa fórmula é um dos segredos da música pop. E apesar de parecer simples, não
é. O normal é que os dois atributos andem separados. Por isso é tão difícil
construir uma carreira sólida no mercado da música popular. Leonardo, por sua
vez, é um exemplo de que é possível unir essas qualificações dentro do segmento
rural. Ele, que completou recentemente 50 anos e 30 de carreira, é um dos
artistas mais populares do país. Feito relevante, principalmente para quem transita pelo concorrido segmento
sertanejo, onde a modernização do som é sempre necessária para se manter em
evidência.
Mas o que Leonardo teve que fazer para alcançar esse patamar e, o mais
difícil, manter-se nele? Essa é uma pergunta difícil de ser respondida. Mas o
cantor tentou encontrar explicações através de uma biografia recém-lançada. “Não
Aprendi Dizer Adeus”, escrita por Silvio Essinger, coloca a limpo a trajetória
do cantor. Aborda desde a infância pobre em Goianópolis, onde ajudava a família
na colheita de tomate, até o período atual, sem deixar de fora dramas pessoais
como a morte do irmão Leandro e o acidente grave do filho Pedro. “Resolvi
escrever o livro porque o público sempre quis saber detalhes da minha infância,
da minha vida. Fechei contrato com a editora Casa da Palavra e convidamos o Silvio Essinger para ser o
escritor e a apresentadora Ana Maria Braga para escrever o prefácio”, explica
Leonardo. “Foram muitas horas concedendo depoimentos. Me emocionei bastante”,
recorda.
Obviamente, a biografia não é extremamente invasiva, até porque Leonardo teve
total controle sobre as informações que poderiam ou não ser publicadas. Mas o
cantor não deixa de lado a sinceridade e a irreverência – suas marcas
registradas – ao tocar em temas espinhosos ou emocionantes. “Se é chapa branca
ou preta, eu não sei. É a história da minha vida, a partir do meu ponto de
vista. Tenho certeza que os fãs se surpreenderão. Foi uma volta ao passado e
tive que abordar momentos muito, muito dolorosos”, comenta Leo.
Um ponto positivo do livro, que atingiu a marca de 100 mil cópias vendidas em 15
dias, é o vasto material fotográfico espalhado em todos os capítulos (e não
apenas no miolo, como é comum em biografias). O meticuloso processo de pesquisa
nos baús da família resgatou imagens de arquivo que retratam a infância do
cantor, o início da carreira, momentos em família e passagens de toda sua
trajetória, seja em dupla com o irmão Leandro ou em carreira solo. “Não acho que
seja preciso morrer para se ter uma biografia. Eu tinha essa necessidade de
contaro que se passou comigo. Por fazer 50 anos, o momento de lançar uma obra como
essa é mais que apropriado”, analisa Leonardo.
O cantor assume que a memória falhou em algunsmomentos e que muitas histórias ficaram de fora. Mas que o essencial está
contido na publicação. “O que importa está ali. A morte do meu irmão está lá,
relatada sem sensacionalismo ou pieguismo. É pura emoção. E, claro, o acidente
assustador do meu filho não poderia ficar de fora. Agradeço as orações do povo.
Elas ajudaram a salvar o Pedro”. Evidentemente, outro assunto mais que
pertinente na vida de Leo não poderia ficar de fora: a apresentação do programa “Amigos”
(anos 90), na Rede Globo, ao lado de Chitãozinho & Xororó e Zezé Di Camargo
& Luciano. “Éramos muito amigos, mas como todos os bons amigos, os negócios
eram à parte (risos). Mas a relação era verdadeira. Somos próximos até hoje”, reforça.
Projetos Complementares
A comemoração aos 30 anos de carreira de Leonardo não ficou restrita ao
lançamento do livro. Nos dias 18 e 19 de dezembro, ele gravou um DVD no Atlanta
Music Hall, em Goiânia. Eduardo Costa, Jorge & Mateus e Gusttavo Lima
participaram do projeto. O repertório teve releitura de grandes sucessos e
músicas inéditas. “Nunca gravei qualquer DVD no estado de Goiás. O projeto
também foi em comemoração aos 80 anos de Goiânia. Sou muito grato disso, foi mais lembrado que o pequi (fruta tradicional goiana) em levantamento
feito pela TV Anhanguera.
Antes, do grande show Leonardo se apresentou no primeiro Talismã Music Festival,
que reuniu todo o cast de sua produtora, Talismã. “Essa foi uma ideia do Willian
Passarinho (CEO do escritório) que colocamos em prática na cidade de São José do
Rio Preto (SP), no dia 30 de novembro.Foram cerca de sete horas de shows para 15 mil pessoas, com dois super palcos.
E, claro, duas gerações de artistas, como Eduardo Costa, Zé Ricardo &
Thiago, Cristiano Araújo e esse que vos fala”.
E em março de 2014, finalmente sai o DVD de Leonardo e Eduardo Costa
cantando apenas músicas de cabaré. “Por enquanto, só posso adiantar que ele cuidará do
repertório e eu da seleção do corpo de balé”, descontrai.
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